domingo, 5 de maio de 2013

SILÊNCIO

de Ilça Caldeira da Silva

    Silêncio! Não desperte o poeta do seu sono mais profundo.
    Velado pela brisa e pelo perfume suave da montanha mais alta.
    Deixa apenas falar a beleza dos poemas que deixou no mundo,
    Sob A tranquilidade de um céu azul que a natureza esmalta.

    Silêncio! Não perturbe a quietude dos longos trilhos,
    Onde a voz da poesia ainda está dormindo.
    O orvalho repica nas folhas que já não tem mais brilho.
    Porque as lágrimas da saudade ainda estão caindo.

    Silêncio! Para que se possa ouvir o soluçar da madrugada.
    E entre o pranto e a dor. Contemplar a eternidade,
    Somente à sombra da oração a dor fica calada
    E o coração se aconchega nos braços da Divindade.

    Silêncio! Olhe com respeito à campa onde a tristeza mora
    Onde, os sonhos mais bonitos, chegam ao seu final.
    Repousa, na abundância, da Santa Paz agora.
    Quem foi no mundo a luz brilhante de um fanal.