de Ilça Caldeira da Silva
Onde estás, ó minha vida?
Por que me deixas assim, caída,
Sem forças pra levantar.
Foi-se embora a mocidade
Só resta a imortalidade
Em que tento acreditar.
Os tempos vão se passando,
A vida vai se acabando,
Deixando um grande vazio.
Pouco ou nada interessa.
Já não tenho tanta pressa
De correr atrás do estio.
Vejo as crianças morrendo,
Jovens envelhecendo,
É um momento crucial.
Em que o sonho logo passa
Como espiral de fumaça
E isso tudo é natural.
Quando chegar o meu momento
Aquele instante supremo
Dos sentimentos profundos,
Das correntes me livrando
E minh’alma levitando
Sobre o lamaçal do mundo.